segunda-feira, 12 de outubro de 2009
Solteiros
Todo solteiro crônico precisa de um amigo solteiro convicto. Esta afirmação pode parecer confusa ao não-iniciado, ate pela diferença entre os termos. E não apenas isso, também o problema da presença do verbo ¿precisar¿ nessa frase.
Vamos começar pelo mais simples. A diferença entre o solteiro crônico e o convicto é pura e simplesmente no objetivo de ambos. Enquanto o convicto não quer encarar um relacionamento (foge dele como o diabo da cruz), o crônico adoraria começar um. Alias, a grande frustração do solteiro crônico é de estar na sua condição, o que é o oposto para o convicto, que está felicíssimo com isso.
Como a palavra ¿relacionamento¿ é utilizada por ambas as espécies freqüentemente, uma como praga e outra como reza, ambas sabem que são condição é temporária. Alias, o fato é que ambos os tipos esperam encontrar uma mulher que os mereça e conquiste.
Do ponto de vista da conquista, o crônico sabe que precisa conquistar, então fica num esforço quase sobre-humano de tentar com todas que lhe interessem, o que gera grandes frustrações e crises de depressão. O convicto já não se importa tanto. Quando tenta conquistar, ele o faz por objetivos práticos para maior obtenção de favores sexuais. Enquanto que o primeiro já é mais facilmente arrebatado e sabe melhor o que quer, o segundo não quer porra nenhuma, cria ideais inatingíveis de perfeição para pode justificar o pouco de canalhice que possui. No final, o convicto acaba sendo o cara que se pode chamar de galinha e difícil, enquanto que o crônico é o tipo romântico e complicado. Um é pragmático e o outro é subjetivo. Segundo um amigo meu, o canalha é o único romântico possível no novo milênio.
Ironicamente, todos sabemos que para as mulheres é muito melhor lidar com o convicto. Num mundo em que as mulheres estão se masculinizando, a idéia da conquista do macho, o máximo da comprovação freudiana da inveja do pênis, um solteiro convicto é muito mais interessante que o crônico.
Enquanto ambos não chegaram ao seu ultimo estagio de evolução (que é estar dentro de uma relação), na sua fase solitária eles acabam descobrindo a forca da união de seus esforços.
O fato é que todos sabemos que mulheres trabalham comparativamente. Quando analisam um grupo, elas tendem a identificar as diferentes personalidades dentro dele para ver o que cada um tem de defeitos e qualidades. Acredito que isso tenha começado com uma banda de Liverpool. Não é a toa que todos os grupos com fins meramente comerciais depois dos Beatles tenham usado essa formula ad nauseum. Com isso, mulheres que preferem caras legais muitas vezes vão se sentir mais à vontade de se aproximar dele ao ver que é muito melhor que o amigo e o mesmo acontecerá com as que preferem os canalhas.
Alem disso, um inveja e admira o outro, o que gera um grande respeito. O convicto se sente culpado por pensar assim (até porque deve lembrar da relação com a mãe). O crônico queria ser convicto pra não sofrer. E ambos acabam sempre estando disponíveis pra ir pra esbórnia. Quando todo os outros amigos estão namorando, é a melhor saída.
Alem do mais, solteiros convictos em bando acabam sendo repugnantes pras mulheres. E crônicos em grupos de dois ou mais acabam gerando uma péssima sensação de mal-estar e depressão no ambiente.
Por fim, o dia chega. Evolução pokemon! Os solteiros deixam de ser assim... O mais interessante é que o crônico começa a adquirir uma sensação de super-homem e fica um pouco mais canalha. Não um cretino completo, mas tanta energia acumulada acaba tornando cara um verdadeiro furacão sexual que a mulher tem q aprender a segurar, senão vai comer a vizinha, a sindica, a sogra... O outro, em compensação, fica tão surpreso e maravilhado com o que parecia impossível que fica manso que nem cordeiro. No final, a tendência é mesmo um equilíbrio, mas invertendo um pouco os papéis.
Se eu fosse mulher, pegaria o crônico.
Leandro Damasceno
Achei na net procurando uma filosofia de solteiro não achei acho que vou escrever uma... Sou solteiro convicto.
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